Sociedade protetora

A Sociedade Protetora das Famílias dos Empregados da Companhia Paulista de Estradas de Ferro foi criada em São Carlos em 1904 e funcionou nesta estação de 1918 até os anos 1990. Essa Sociedade, até os anos 1990, era uma espécie de agência do Sindicato dos Ferroviários funcionando nesta estação ferroviária. Os ferroviários, aposentados ou não, geralmente a procuravam para obter informações sobre seus direitos e deveres profissionais, sobre a tramitação de documentos, datas e horários de reuniões, informes legislativos, etc. Muitas vezes esses funcionários e ex-funcionários eram encaminhados à UFA (União dos Ferroviários Aposentados), o sindicato que funciona até hoje na rua Bento Carlos, próximo à praça Elias Sales (Largo Santa Cruz).

Jardim

O Jardim da estação ferroviária foi revitalizado recentemente. O canteiro que hoje está gramado e é transposto por uma pequena passarela, foi outrora um desvio, uma pequena entrada para as locomotivas a vapor da bitola estreita serem abastecidas de água. Elas ficavam sob a caixa d’água que estava sobre essa casinha atual, havia também uma caixa d’água de reserva no subsolo. A água era depositada na caixa superior e um cano dobrável descia de lá, sua boca era colocada numa abertura sobre a caldeira da locomotiva.

Maria Fumaça

A locomotiva Baldwin ou American de 1891, pertenceu originalmente à Companhia Douradense de Estradas de Ferro. Mais tarde passou ao patrimônio da Rio Claro Railway, empresa fundada por fazendeiros da região de São Carlos. Em 1892, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro adquiriu a Rio Claro Railway e com ela a Maria Fumaça, que utilizava a bitola estreita de 1 metro. A American foi uma das primeiras marias-fumaças a transportar pessoas e produtos pelas estradas que passam por São Carlos. Muito danificada pelo tempo e também pelo vandalismo quando estava na praça Brasil, na vila Nery, a locomotiva passou longo processo de reforma em 2013 ao ser trazida para a Estação Ferroviária por iniciativa da Fundação Pró-Memória.

Especificações técnicas da Maria Fumaça:

Locomotiva Baldwin (EUA) Tipo 4-4- 0. Bitola 1m – Número de Série 12116. Ano: 1891.

Museu de São Carlos

O museu apresenta exposições temáticas, que podem ser de curta ou longa duração. O Museu funciona de Terça a Sexta das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h. Aos Sábados, Domingos e Feriados nosso horário de funcionamento é das 10h às 16h. A exposição atual intitulada “Somos esporte!” retrata a história das práticas do corpo na cidade de São Carlos e algumas das diferentes formas de interação da população são-carlense com elas. Partindo da história do esporte no Brasil atrelada a importantes acontecimentos políticos nacionais, a mostra faz uma abordagem do esporte desde as corridas de cavalo nos hipódromos no final do século XIX, até as práticas da atualidade. Parte do acervo exposto pertence ao Museu de São Carlos, e a outra parte é resultado da parceria com atletas e instituições, os quais nos confiaram seus objetos para que pudéssemos materializar este projeto. Destacamos que na última sala encontra-se em exposição permanente a réplica da carruagem que D. Pedro II utilizou ao visitar a cidade de São Carlos e que era exposta anteriormente no prédio da Câmara Municipal de São Carlos no antigo Museu Cerqueira César.

Banheiros

O estilo arquitetônico do banheiro da estação ferroviária aguça a nossa curiosidade ao observarmos alguns traços da sua fachada retangular, lembrando antigas fortalezas, e, no seu lado esquerdo, a parte superior da porta num desenho arredondado com os traços de fachadas da arquitetura mourisca. O ecletismo fica aí bem caracterizado, como se vê, na organização desses traços de estilos díspares, de origens e de épocas históricas diversas, arranjos mais voltados para os efeitos decorativos.

Bitola Estreita

Além da linha principal, uma segunda linha de trem passava pelo interior da plataforma da estação ferroviária, onde hoje podemos ver a marca do seu trajeto no piso de cimento que a atravessa de fora a fora. A Maria Fumaça exposta na plataforma está alinhada nesse percurso justamente para indicá-lo, pois ela circulou ali nos antigos trilhos da bitola estreita, ou seja, com 1 metro de distância entre os trilhos, em comparação com a bitola larga, de 1,60 m, que hoje dá caminho às máquinas enormes que circulam os trens atuais.

Esta segunda linha era a dos ramais de Água Vermelha e de Ribeirão Bonito, estações subsidiárias à estação de São Carlos, uma vez que na estação passava a linha tronco de 1,60m que viabilizava o tráfego de locomotivas e vagões maiores com capacidades superiores em tonelagem de cargas e número de passageiros.

Portões de ferro

A estação ferroviária, inicialmente, não tinha esses portões de ferro que dão para a plataforma. O aumento da frequência de pessoas que vinham à estação apenas para passear, para namorar, enfim para fazer o footing, como se dizia na época, criou a necessidade de controle do acesso à plataforma. O termo footing deriva do inglês “ir a pé” e era a prática de moças e rapazes se vestirem com as melhores roupas para caminhar em determinadas praças ou locais públicos para observar e serem observados pelos pretendentes. Assim, esses portões foram colocados e um funcionário da ferrovia averiguava se aqueles que entravam tinham as respectivas passagens, pois só entravam as pessoas que iam viajar, e seus acompanhantes eram tolerados até o momento do embarque.

Bilheteria

Na bilheteria eram vendidos bilhetes de primeira e segunda classe, com preços e vagões específicos. Os vagões de primeira classe eram mais arrumados, seus bancos eram estofados e portavam, nos encostos, capas brancas à altura das cabeças dos usuários, as quais eram trocadas regularmente. Estavam sempre brancas. Os de segunda classe tinham bancos de madeira sem estofados e sem capas. Os viajantes podiam esperar o trem na plataforma, na sala de espera, ou até no botequim da estação que se localizava onde hoje é a terceira sala do Museu de São Carlos.